Do ponto de vista social, é sabido por todos que uma família devidamente estruturada, é essencial para a formação de cidadãos de bem, idôneos e úteis para a nossa sociedade. Do prisma religioso, a família também é uma criação divina, sendo inclusive, conforme a Bíblia, a primeira instituição estabelecida aos homens (ler Gn 2.18,21-24). Não existiriam comunidades, povos ou nações, se não fosse instituído a família!

Agora, tente imaginar o desenvolvimento de um indivíduo fora de um ambiente familiar: certamente não haveria infância; não haveria a aquisição de valores morais, necessários para a convivência em sociedade; as pessoas viveriam privadas de certo tipo de educação e amor que são exclusivos de um seio familiar, bem como sem estímulo, equilíbrio e conhecimentos básicos para vida.

Assim, quando se observa, de uma forma mais global, os acontecimentos que permeiam por todo o mundo, a impressão que fica, é que a sociedade está se contradizendo com seus próprios atos. Porque mesmo sabendo que a família é o esteio de toda civilização e imprescindível para o desenvolvimento emocional, físico e psicológico de um individuo, a mesma esta sendo brutalmente alvo dos mais nefastos ataques. O que isto significa se não um contrassenso? Porque, sabendo-se da dependência da unidade familiar, muitos vivem aquém da responsabilidade de que o lar deve ser resguardado de tudo que lhe é prejudicial à sua composição.

Dos vários ataques, a maior agressão que a família, como instituição, está sofrendo nestes últimos anos, diz respeito a banalização do casamento. É cada vez maior o ajuizamento de ações de separação e divórcios em comparação aos casamentos devidamente realizados. E para piorar a situação muitos estão deixando a forma tradicional de se casarem perante a lei, para elaborarem contratos ou declarações de convivência, enfraquecendo assim esta organização divina. O que dizer então de uma falácia modernizada que, visando “esquentar” a relação, dizem que os cônjuges devem morar separados. Isso sem falar da inversão de valores que hoje é vivido e propagado; pois o que antes era correto, digno e exemplar, hoje chamam de caretice e vice-versa. O casamento ainda é o plano de Deus para conservar a unidade de uma família e deve perdurar até que a morte os separe. "Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mateus 19:6).

É importante observar também que, quando uma pessoa está bem com sua família, conseqüentemente ele estará bem nos vários setores da sua vida, tanto pessoal como coletivo. Pois ao contrário disso as conseqüências podem ser desastrosas. Segundo uma pesquisa, citada em uma revista de escola dominical, intitulada Família Cristã, da editora CPAD (2004, p. 81) revela que os indivíduos divorciados acham-se mais vulneráveis ao câncer do que as pessoas bem casadas e que as taxas de morte prematura são significativamente mais altas entre homens e mulheres divorciados. Tudo isso, segunda a pesquisa, causada pela redução da defesa imunológica do organismo que, com certeza é ocasionado pelos traumas emocionais, bem como stress e depressão.

Como se não bastasse, existe ainda uma outra força em desfavor da família – são os programas televisionados como: novelas, minisséries, filmes, etc. Todas recheadas de adultérios, fornicação e todo tipo de subversão moral. E por incrível que pareça, as cenas aclamadas pelos telespectadores são aquelas recheadas com muito romance e apimentada com traição. Programas estes exibidos em horário nobre, influenciando negativamente nossas crianças que estão em fase de amadurecimento, incentivando-os ao uso de bebidas alcoólicas e drogas, bem como incitando os mesmos ao sexo precoce e irresponsável. Roubando ainda o tempo que deveria ser exclusivo para o diálogo entre os cônjuges e filhos.

Desta forma, reconhecendo o perigo que corremos com o desgaste desta instituição, devemos nos empenhar o máximo possível para a valorização e preservação da mesma, pois quando se tem uma família forte e unida, tem-se um povo forte, uma nação forte e, claro, uma igreja forte. Assim, é dever nosso, como pessoas de bem e comunidade organizada, buscarmos o melhor para nossas famílias (I Timóteo 5.8). Para tanto, devermos entender que cada membro de uma família deve cumprir fielmente seus deveres e responsabilidades, necessários para preservação da mesma (Efésios 5.24,25; 6.1,2; 1 Pedro 3.1-2,7; Tito 2.1-6) e acima de tudo terem Cristo como centro de suas vidas para que possam exclamar como Josué: “... porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR" (Josué 24.15).